Nos últimos meses, estão ocorrendo vários debates sobre este assunto. Mas quais são os reais interesses por trás da divisão? O Estado do Pará é o segundo maior estado do país, com 1,2 milhão de quilômetros quadrados e uma população de 7,5 milhões de habitantes, sendo isto uma das alegações para dividir o Estado, pois, segundo os favoráveis à divisão, isto dificulta o aproveitamento das riquezas naturais da Amazônia e a maior integração econômica da região com o restante do país.
No território do estado, existem extensas jazidas minerais: é o maior exportador de minério de ferro; o 3º maior produtor de bauxita; importante produtor de caulim (de melhor qualidade para papéis especiais) e de alumínio, mas também níquel e cobre, além de ouro. Estas pessoas favoráveis sabem que isso fez com que o Pará se tornasse o 2º estado que mais fornece divisas à União, 5º maior produtor de energia (3º maior exportador de energia bruta) de Brasil, 2º maior minerador nacional e no 5º maior exportador geral da país. de 10 dólares que o Banco Central recolhe, 70 centavos saem do Estado do Pará. O que tem sido feito destas riquezas abundantes no Estado? Estas riquezas não estão sendo revertidas para o povo paraense, pois o Estado é o 16º IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o 21º em PIB/per capita, sendo assim, um dos mais pobres do país.
Em outras palavras, as riquezas produzidas pelo povo beneficiam as mineradoras, o agronegócio, e os políticos corruptos, enquanto a população do Estado sofre de doenças graves, de miséria e pobreza extremas, além de ser uma das regiões mais violentas do mundo. Isso não acontece somente no Oeste e no Sul do Estado, mas nas áreas mais pobres da Região Metropolitana de Belém, e principalmente nas cidades que tem como atividade principal a exploração de minério, a exemplo de Marabá e outras localidades no Sul do Estado.
Com a divisão possivelmente
aumentará a devastação da Amazônia
Os impactos ambientais serão maiores, pois a criação de um possível Estado do Tapajós resultaria o fim da lei que determina a existência de unidades de conservação nas áreas de florestas virgens milenares, lei vigente no Pará, proibindo as derrubadas e o desmatamento da florestas, preservando a fauna e a flora, o equilíbrio e a biodiversidade amazônica.
O surgimento do novo Estado do Tapajós traria junto a discussão de promover o "desenvolvimento" numa região com pouca densidade demográfica e extensa área de florestas nativas. No lugar da floresta, plantação de soja e criação de gado: essas atividades possivelmente seriam desenvolvidas no novo Estado; inclusive, Tapajós ficaria com a produção de energia, já que na região Oeste estão localizados extensos rios. Com a proposta de divisão, Tapajós teria como principal base econômica o setor energético- incluindo a Usina de Belo Monte e o complexo hidrelétrico de Tapajós.
Os favoráveis, como já foi dito anteriormente, usam de um discurso de desenvolvimento. Mas que desenvolvimento é este que causa impactos sócioambientais desastrosos, em detrimento dos lucros das mineradoras e do agronegócio? é o lucro que eles terão com esta divisão!
Para isto não acontecer, vote 55 no plebiscito do dia 11 de dezembro. 55 contra Carajás e contra Tapajós.
Veja no YouTube entrevista com o Grêmio Cabanagem (IFPA), FEPET e UJR, produzida pelas REDES SOCIAIS UNIFICADAS CONTRA A DIVISÃO DO PARÁ >> http://t.co/yzfAgEb1
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